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Brasil exporta 159 mil toneladas de carne e bate recorde
Conflito entre a Rússia e a Ucrânia não trouxe, até o momento, grandes impactos para o setor

As exportações de carne bovina do Brasil bateram recorde pelo 2º mês consecutivo. Em fevereiro, o volume embarcado chegou a 159 mil toneladas. O conflito entre a Rússia e a Ucrânia não trouxe, até o momento, grandes impactos para a pecuária bovina nacional. Apesar da Rússia já ter sido, em 2014, o maior destino da proteína brasileira, o país eslavo reduziu as importações desde então.
Exportação
O volume que saiu dos portos brasileiros chegou a mais de 159 mil toneladas, sendo uma alta de 55,8% sobre o montante embarcado no mesmo período do ano passado. A tendência é que os embarques de carne bovina se mantenham aquecidos pelos próximos meses, com vendas mensais superando a marca das 140 mil toneladas. Em relação ao faturamento, foram mais de US$ 889 milhões arrecadados em fevereiro deste ano, sendo um aumento de 91,9%.
Importações da Rússia
Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), foram mais de 35 mil toneladas de carne bovina embarcadas à Rússia em todo o ano de 2021. O volume embarcado representou apenas 1,92% do total exportado pelo Brasil no ano passado, sendo 40,1% inferior ao exportado em 2020. De 2019 para 2020, os russos diminuíram as aquisições em 4,8%.
Relações comerciais
Evidentemente, as vendas brasileiras à Rússia poderiam até voltar a se aquecer neste ano, principalmente diante da aproximação comercial entre os dois países. Agora, a maior preocupação dos agentes nacionais refere-se aos fertilizantes, tendo em vista que a Rússia é um dos maiores fornecedores deste insumo ao Brasil. Esse cenário pode, por sua vez, elevar os custos de produção da pecuária nacional.
Grãos
Outro fator de influência deste conflito é sobre os preços dos grãos. A Rússia e a Ucrânia estão entre os maiores produtores mundiais de trigo, mas com relevância ainda mais expressiva na oferta de excedentes para transações externas. Com a guerra, os preços internacionais do trigo dispararam, influenciando também os valores de outros grãos, como milho e soja, que são bastante utilizados na pecuária brasileira.
Animais para abate
Em meio a esse cenário, os preços do boi gordo até oscilaram ao longo do mês de fevereiro, mas se mantiveram acima dos R$ 330, segundo o indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). No acumulado do mês, o indicador registrou ligeira queda de 0,22%, encerrando o período a R$ 343. Os valores seguiram sustentados pela oferta baixa de animais para abate e pela demanda externa aquecida, sobretudo por parte da China.
Dados do Cepea
O valor médio da carcaça casada bovina foi de R$ 21,46/kg em fevereiro, sendo 0,33% acima do registrado em janeiro, mas 2,3% inferior ao de fevereiro do ano passado, em termos reais. Na contramão do boi gordo e da carne, o bezerro negociado em Mato Grosso do Sul, que teve média de R$ 2.854,01/cabeça em fevereiro, registrou quedas de 1,83% na comparação mensal e de fortes 9,33% na anual. Quanto ao boi magro, de 12 arrobas, teve média de R$ 4.120,29/cabeça no estado de São Paulo, recuos de 0,65% frente à de janeiro/2022 e de expressivos 13,35% em relação à de fevereiro/2021. Ambos em termos reais. A menor desvalorização do boi gordo confirma o cenário que vem sendo observado ao longo dos últimos anos, sobretudo nos últimos 12 meses, quando houve uma busca pela intensificação da produção.
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