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Caatinga ganha plataforma de inteligência e análise de dados
Updated: Jun 20, 2022
Sistema de Inteligência Territorial Estratégica do Bioma Caatinga permite análises customizadas sobre a região

A Embrapa acaba de lançar o Sistema de Inteligência Territorial Estratégica (SITE) do Bioma Caatinga. Disponível para acesso gratuito no Portal Embrapa, a plataforma apresenta mapas e gráficos com dados sobre as características naturais da região, a situação agrária, a produção agropecuária, a infraestrutura para produção e processamento e as condições socioeconômicas em 1.130 municípios.
Tal como os demais SITEs gerados pela Embrapa, a plataforma para a Caatinga apresenta cinco quadros de informações: natural, agrário, agrícola, infraestrutura e socioeconômico. O analista da Embrapa Territorial André Rodrigo Farias conta que, em todos esses quadros, o usuário consegue interagir com os painéis, selecionando regiões, períodos e outras variáveis, para gerar mapas e gráficos customizados. “O usuário constrói suas próprias leituras a partir da visualização dos seus temas de interesse”, resume.
Quadro a Quadro
Embora as cinco dimensões principais sejam as mesmas de outros SITEs, as informações priorizadas em cada um deles são ajustadas a cada produto. Ao acessar o Quadro Natural do SITE Caatinga, o primeiro mapa exibido é o do índice de aridez, ao lado de gráficos com as médias mensais de precipitação, temperatura e balanço hídrico. “São indicadores relevantes para o planejamento dos sistemas de produção, auxiliando na definição dos períodos de plantio e do que cultivar em cada área”, lembra Farias. Ainda no Quadro Natural, estão disponíveis dados dinâmicos sobre o perfil do relevo, tipos e características de solo e mudanças na vegetação observadas nas últimas décadas.
O quadro Agrário apresenta informações detalhadas (área, categoria, nome, localização e estágio) de cada Unidade de Conservação, Terra Indígena, Assentamento e Comunidade Quilombola da Caatinga. Para cada tipo, gráficos mostram a evolução histórica do número de áreas legalmente atribuídas ao longo dos anos, bem como do território a elas destinado. Os assentamentos rurais, 2.136 no total, são a categoria mais numerosa. As unidades de conservação, contudo, ocupam a maior área: 8,6 milhões de hectares.
No quadro socioeconômico, os dados foram organizados em três dimensões: o município, o estabelecimento e o produtor. O painel mostra, por exemplo, que 68% dos estabelecimentos agropecuários da Caatinga declararam ao Censo de 2017 utilizar a produção para consumo próprio ou familiar. “Mas isso tem uma dinâmica regional”, ressalva o analista da Embrapa. No próprio painel, é possível verificar que, em Parnamirim (PE), por exemplo, 96,8% dos estabelecimentos produzem para comercialização; em Palmeira (PI), ocorre o oposto e quase todos têm na subsistência o destino das colheitas e da produção animal.
Irrigação
Recurso que torna viável atividades como a fruticultura para exportação, a irrigação foi um tema trabalhado com atenção no SITE Caatinga. O quadro natural apresenta a classificação das terras do bioma, conforme a aptidão para irrigação, a partir dos dados consolidados e interpretados no Zoneamento Agroecológico do Nordeste.
No quadro de Infraestrutura, o usuário pode obter a área irrigada em cada município e os métodos predominantemente utilizados, bem como o volume de terras ainda irrigável. Os painéis também exibem a localização e informações detalhadas sobre os açudes e os perímetros irrigados na região. É possível visualizar açudes de acordo com a finalidade de uso (abastecimento de água, irrigação, dessedentação animal), bem como selecionar perímetros irrigados pelas culturas que atendem. “Se eu quiser saber quais os perímetros irrigados em que se produz manga, basta um clique no gráfico”, exemplifica o analista.
O chefe-geral da Embrapa Territorial, Gustavo Spadotti, lembra que o produto foi desenvolvido para apoiar a formulação de políticas públicas e de projetos do setor privado direcionados ao bioma. A mesma lógica de pensar o desenvolvimento territorial a partir dos cinco quadros que compõem o SITE já foi aplicado a outros territórios, como o Matopiba, e a uma cadeia produtiva, a da aquicultura. Spadotti destaca: “Estamos trabalhando para difundir esse conceito e ampliar sua aplicação, haja vista o papel da informação qualificada na tomada de decisão em todos os segmentos do agro”.
Fonte: Embrapa
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