Agrobid
Clima deve impactar Safra 2022/23
Segundo o INMET, as chuvas irregulares e abaixo da média podem prejudicar a produtividade da safra de grãos

O verão no Hemisfério Sul começa às 18h48 (horário de Brasília) da próxima quarta-feira (21) e termina no dia 20 de março de 2023 às 18h25. Devido às suas características climáticas, com grandes volumes de chuva, o verão no Brasil tem muita importância para atividades econômicas como a agropecuária, a geração de energia (por meio das hidrelétricas) e para a reposição hídrica e manutenção dos reservatórios de abastecimento de água em níveis satisfatórios.
O período reflete o aumento da temperatura em todo país em função da posição relativa da Terra em relação ao Sol mais ao sul, tornando os dias mais longos que as noites e com mudanças rápidas nas condições de tempo com condições favoráveis à chuva forte, queda de granizo, vento com intensidade variando de moderada à forte e descargas elétricas.
No verão, as chuvas são frequentes em praticamente todo o país, com exceção do extremo sul do Rio Grande do Sul, nordeste de Roraima e leste do Nordeste, onde geralmente os totais de chuvas são inferiores a 400 milímetros (mm).
Prognóstico Climático para o Período Janeiro, Fevereiro e Março/2023
Região Norte
A previsão climática para o verão indica predomínio de chuvas acima da média climatológica em grande parte da Região Norte, principalmente na área norte da região,
ainda devido à atuação do fenômeno La Niña e ao padrão de águas mais aquecidas próximo à costa. No sul do Amazonas e do Tocantins, além do sudoeste do Pará, a previsão é de chuvas ligeiramente abaixo da média durante o trimestre. A temperatura média do ar deverá prevalecer em praticamente toda a região próxima da climatologia. Exceto em algumas partes do Tocantins e sudeste do Pará com temperaturas ligeiramente acima da média.
Região Nordeste
A previsão do INMET indica que haverá predomínio de chuvas acima da climatologia em grande parte da região, durante os meses de janeiro a março/2023. Assim como na Região Norte, a continuidade das chuvas na Região Nordeste está associada aos impactos da La Niña e ao padrão de águas ligeiramente mais aquecidas próximas à costa nordestina. Em áreas da Bahia, Sergipe e Alagoas existe a probabilidade de ocorrer chuvas ligeiramente abaixo da média. A temperatura do ar deve predominar próxima e acima da média histórica em grande parte da região nos próximos meses, exceto no norte dos estados do Maranhão, Piauí e Ceará, onde as temperaturas poderão ser ligeiramente abaixo da média, devido a dias consecutivos com chuva.
Região Centro-Oeste
A tendência para o verão é de chuvas acima da média histórica em praticamente toda região, exceto no sul do Mato Grosso do Sul, norte do Mato Grosso e oeste de Goiás, onde são previstos totais de chuvas ligeiramente abaixo da climatologia do trimestre. Quanto às temperaturas, a previsão indica que devem ser próximas e ligeiramente acima da média climatológica nos próximos meses.
Região Sudeste
Para a Região Sudeste, a previsão para os próximos três meses é de irregularidade espacial das chuvas, com totais acumulados acima da média no Espírito Santo, região do Triângulo Mineiro e metropolitana de Belo Horizonte, além do oeste e leste de São Paulo, enquanto nas demais áreas a previsão é de chuvas próximas e ligeiramente abaixo da média. Para a temperatura, as previsões indicam que devem ser próximas e ligeiramente acima da climatologia nos próximos meses.
Região Sul
A previsão indica maior probabilidade de chuvas próximas e abaixo da climatologia em toda a região, em decorrência dos impactos que o fenômeno La Niña pode causar. As temperaturas serão próximas à climatologia e ligeiramente acima da média na Região Sul.
Impactos das chuvas no início da safra 2022/2023
No Matopiba, região que engloba áreas do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, a efetivação da previsão de chuvas acima da média na região nos próximos meses, com exceção de áreas do sul de Tocantins e oeste da Bahia, principalmente em janeiro de 2023, podem auxiliar na manutenção da umidade no solo e favorecer as culturas na região, como a soja, milho primeira safra e algodão.
No Brasil Central, o retorno gradual das chuvas, que foi observado nos últimos meses, contribuiu para um aumento dos níveis de água no solo e tem sido importante para o estabelecimento das culturas de verão no campo, como a soja, milho, feijão e algodão. No entanto, as chuvas irregulares previstas para os próximos meses, além de um possível veranico, ou seja, chuvas abaixo da média, principalmente no mês de janeiro de 2023 em áreas de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul, podem impactar negativamente o armazenamento de água no solo e as culturas que se encontrarem em estágios fenológicos mais sensíveis.