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O que é El Niño e La Niña e qual o real impacto na safra?

Esses fenômenos climáticos preocupam o agricultor, que teme quebras na safra


O estado do Rio Grande do Sul sofreu com a influência do último La Niña. | Foto: Unsplash
O estado do Rio Grande do Sul sofreu com a influência do último La Niña. | Foto: Unsplash

Você sabe o que é El Niño e La Niña? Quando o assunto é clima, esses fenômenos sempre prendem a atenção do produtor rural, na esperança de favorecer a safra. O Papo de Agro recebeu o agrometeorologista Marco Antonio dos Santos, da Rural Clima, e Gelson Bridi, presidente da Cotricampo, para discutir o real impacto desses fenômenos climáticos na colheita e até que ponto merece a preocupação do produtor rural.


Clima durante a colheita

O presidente da Cotricampo, Gelson Bridi, teme a chegada das ondas de frio no Rio Grande do Sul e como ficará a colheita desta safra. “Tivemos uma grande quebra com a soja e estamos colhendo agora. Foi plantado muita soja safrinha aqui. Nossa região permite um plantio de milho precoce, colhendo em dezembro ou janeiro, e plantamos a soja. Então, essa soja é a melhor que nós temos neste ano. Nossa preocupação agora são as ondas de frio”, disse. Marco explica que haverá temperaturas baixas entre o final de maio e início de junho e isso será um entrave para a soja, pois temperaturas abaixo dos 15ºC afetam a planta.


“Por enquanto, o outono não está com previsão de geada. Acho que essa soja passa ilesa neste ano. O frio chegará mais cedo neste ano, mas não as geadas”, tranquiliza o agrometeorologista.

El Niño e La Niña são fenômenos climáticos que ocorrem no centro do Oceano Pacífico. A La Niña é o resfriamento e o El Niño é o aquecimento acima da média do oceano. Toda vez que esses fenômenos ocorrem, muda-se a rotação dos ventos e, consequentemente, o regime de chuvas. De acordo com Marco Antonio, cada região do planeta responde de forma diferente a esses fenômenos, com maior ou menor intensidade. O agrometeorologista ainda salienta que o produtor rural “se apega muito” a La Niña e ao El Niño e esquece que a atmosfera no Brasil não é regida apenas por esses fenômenos. “Entre 2019 e 2020, o Rio Grande do Sul teve uma quebra de safra gigantesca, e foi um ano de El Niño. No ano passado foi uma La Niña, mas o Rio Grande do Sul bateu recorde de produtividade com a soja. Então, muitas vezes os efeitos são o contrário do que estão na teoria, pois o clima é regido por inúmeros fatores”, explica.


Clima

A La Niña está perdendo força. A atmosfera, aqui no Brasil, está entrando em uma tendência de neutralidade. Os corredores de umidade estão migrando para o sul e as frentes frias encontram essa umidade, provocando chuvas regulares no Sul.


A massa de ar polar entra, mas não há risco de geada. “A gente já sabia que o verão seria ruim para o Rio Grande do Sul. O que levou a essa quebra histórica foi o calor. Se não fossem aquelas temperaturas que ficaram acima dos 40ºC entre janeiro e fevereiro, vocês não estariam colhendo três ou quatro sacos por hectare, mas sim 10 ou 15 sacos”, disse.


Gelson conta que, mesmo em áreas irrigadas, a colheita foi prejudicada. “Foram duas semanas intercaladas que tiveram um calor excessivo. Até mesmo áreas irrigadas acabaram sendo prejudicadas por falta de água nos reservatórios. Mesmo nessas áreas houve um decréscimo da produtividade”, lamenta.


Já na região central do país, a chuva já começa a diminuir. Abril ainda será chuvoso para o milho e para as culturas de segunda safra, no entanto, a partir do dia 15 começa a diminuir. “É normal o que está acontecendo. Chuvas no outono retornando gradativamente para a região Sul, e diminuindo na região do cerrado”, explica Marco.


Regiões como o norte de Mato Grosso, Tocantins, Pará, Maranhão, Roraima, Amapá ainda terão muitas chuvas, devido à zona de convergência. O interior do Nordeste terá chuvas um pouco mais regulares. “Plantios de milho que ocorreram em Goiás e Minas Gerais durante março, sofrerão bastante. Se houver uma quebra no milho, essa quebra vem para o leste e nordeste de Goiás e no cerrado mineiro, onde realmente pode faltar chuva”, alerta.


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