Os desafios da mulher na pecuária
Updated: Jun 20, 2022
Duas pecuaristas dão dicas e compartilham experiências de sucesso na lida do campo
A participação feminina no campo vem crescendo a cada ano que passa. De acordo com um levantamento do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) em 2021, nos últimos 10 anos o número de mulheres liderando fazendas e projetos rurais cresceu 13%. Isso significa que mais de 940 mil propriedades são administradas por mulheres atualmente.
Apesar desse crescimento significativo, ainda existem desafios para o trabalho feminino no campo e alguns obstáculos a vencer. A participação da mulher no campo, as conquistas e experiências adquiridas foram tema de um Papo de Agro, que contou com a participação de Mirela Delbon, pecuarista, e Virginia Leal, zootecnia da Cass Nelore.
Vencendo o preconceito
Apesar dos avanços quando o assunto é mulher no campo, ainda existem preconceitos e dificuldades na aceitação da mão-de-obra feminina. Mirela conta que, no início de sua jornada como pecuarista, já precisou provar que sabia fazer o mesmo trabalho que os homens da fazenda, já que era considerado “pesado” demais para ela. “Muitas vezes é preciso mostrar que você sabe, mostrar que temos capacidade para aquele trabalho, para que nos levem a sério”, lembrou.
Para Virginia, o preconceito se manifesta todos os dias, mas o segredo para ser boa no que faz é não se vitimizar e seguir em frente. “É preciso encarar essas adversidades com coragem e não ser vitimista. É mostrar que você tem as mesmas capacidades que qualquer um ali e ir em frente”, destacou.
Mulheres mais unidas no campo
O crescimento das mulheres no campo está intimamente ligado ao surgimento de novos grupos, conselhos e parcerias que fortalecem o trabalho da mulher no mundo rural. Um exemplo disso é o grupo Mulheres do Agro de Araraquara, criado a partir do Congresso Nacional de Mulheres do Agro e que reúne pecuaristas e agricultoras de diversas culturas na cidade de Araraquara, em São Paulo. Virginia Leal e Mirela Delbon fazem parte do grupo, e destacam a importância da união feminina para o avanço do agro no Brasil.
Não é só a força de vontade, porém, que forma uma boa profissional no campo. Para Virgínia, querer é poder, mas, é preciso se esforçar e, acima de tudo, estudar. “Estudar sempre e para sempre. Para crescer na pecuária e no agro, é preciso estar sempre estudando”.
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