Agrobid
Saca de soja supera R$ 200 pela 1ª vez na história
Updated: Mar 4, 2022
Conflito entre Rússia e Ucrânia eleva preço externo de grãos e cereais

A guerra entre Rússia e Ucrânia elevou com força os preços internacionais dos grãos, tendo em vista que o conflito gerou preocupações com a oferta global de produtos como milho e trigo. As tensões no leste europeu prejudicam as exportações de cereais pela região do Mar Negro.
Milho
No mercado doméstico, segundo informações do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), apesar das valorizações externas, os preços do milho ficaram praticamente estáveis no Brasil, no final de fevereiro. Compradores se mantiveram afastados do mercado, e vendedores seguiram concentrados nas atividades de campo, seja na colheita da safra verão ou na semeadura da segunda safra. Entre os dias 18 e 25 de fevereiro, o Indicador Esalq/BM&FBovespa subiu 0,88%, fechando a R$ 97,34/saca de 60 kg na sexta-feira.
Soja
O Indicador Esalq/BM&FBovespa da soja superou a casa dos R$ 200,00/saca de 60 kg pela primeira vez na história, mas recuou na sexta-feira, dia 25. Entre os dias 18 e 25 de fevereiro, o Indicador subiu 1,41%, a R$ 198,67/saca de 60 kg na sexta. Com as demandas interna e externa aquecidas, a disputa entre agentes domésticos e internacionais segue acirrada. Esse cenário somado às expectativas de quebra de safra na América do Sul levaram os prêmios de exportação e os preços domésticos a patamares recordes, em termos nominais. No contexto internacional, as cotações subiram, influenciadas pela guerra entre Rússia e Ucrânia, que prejudica as exportações da região do Mar Negro. A Rússia é o segundo maior exportador de petróleo, cenário que valorizou essa commodity nos Estados Unidos, resultando em aumento no preço futuro do óleo de soja. Esse contexto tende a incentivar a mistura de biodiesel ao óleo diesel, e o óleo de soja é a principal matéria-prima para a produção de biodiesel.
Trigo
Agentes do setor estão tentando entender e absorver os impactos atuais e futuros da guerra entre Rússia e Ucrânia sobre os mercados de grãos e cereais. No caso do trigo, Rússia e Ucrânia estão entre os maiores produtores mundiais, mas com relevância ainda mais expressiva na oferta de excedentes para transações externas. Diante disso, os preços internacionais do cereal estão apresentando reações expressivas, o que deve trazer reflexos sobre os valores de negociação no Brasil e em países vizinhos ao longo das próximas semanas. No Brasil, por um lado, produtores entendem que as reações positivas de preços podem ser um fator atrativo para a nova safra, a ser cultivada a partir dos meses de abril e maio. Porém, há preocupações com a disponibilidade de insumos, em especial os fertilizantes. Por outro lado, os moinhos seguem atentos às expressivas variações de preços em bolsas de futuros e mesmo na Argentina, o que deverá elevar o custo da importação brasileira. Por enquanto, o Cepea observa que os preços no mercado doméstico ainda não foram influenciados pela alta internacional, mas estes devem seguir sustentados pelo conflito e pela moeda norte-americana, que voltou a se valorizar. Dados do Cepea mostram que, no Rio Grande do Sul, os valores subiram 1,45% entre os dias 23 de fevereiro e 2 de março, fechando em R$ 1.605,79/tonelada, enquanto no Paraná, os preços caíram ligeiro 0,6% no mesmo período, para R$ 1.711,21/t nesta quarta-feira, dia 2.
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